Autor : Igor Strogenski
quinta-feira, 17 de março de 2011
A poesia da realidade
Há muito tempo atrás, João costumava dizer que a poesia estava morta. Mas certo dia quando ele andava de carro, ele percebeu que estava errado. Ele olhou pela janela do carro, em um dia de chuva e viu um homem sentado no bar, bebendo uísque e fumando, arcado. Ele usava um casacão preto, cabelos despenteados e barba por fazer. O carro segue e ele vê um casal, sentado em um banco de praça, de mãos dadas, se beijando – namorados públicos, como diria Vinicius de Moraes. Logo em seguida viu um morador de rua, caído ao chão, chorando, apanhando de um grupo de pessoas, que também chutavam sua ‘casa’ de papelão. E logo depois vê a ultima flor de uma árvore cair e ser levada pelo vento e chega a uma conclusão atormentadora. Ele se toca que tudo aquilo era belo, com sua beleza própria, mas belo. O drama de cada lagrima do morador de rua, cada tragada que o homem no bar dava, toda a decepção e dor do mundo são poesias belas, têm uma certa beleza em tudo isso. É a beleza do horrível, do pavoroso, do bizarro. A realidade por si só, não passa de poesias , de um grande poema que é a vida. A beleza, às vezes, é cruel.
Autor : Igor Strogenski
Autor : Igor Strogenski
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